| CARTA ABERTA
Pelo bem ou pelo mal a história depende de narradores. Pelo filtro de sua subjetividade, por onde passam também seus interesses pessoais, financeiros e políticos, as informações são filtradas e disponibilizadas para seus semelhantes. Contar fatos é interpretar, é falsificar o próprio fato narrado. A certeza da verdade é privilégio das ditaduras. A exposição O Estado da Arte, atualmente em exibição no MON, de curadoria de Maria José Justino e Artur Freitas, teve a louvável tarefa de tentar contar 40 anos da história das artes visuais no Paraná. Se agora me parece que esta (recente) história deve ser revista, não é por causa dos erros e omissões encontrados nem por questionar o mérito dos autores/curadores que dedicaram seu tempo e sabedoria quando a escreveram. Só que, assim como na Arte, a História necessita de histórias que proponham um ponto de vista diferente ao que é patrocinado pelo grupo dominante. O Estado à Parte é o jogo na nossa memória coletiva. As peças são ilimitadas e serão construídas pela contribuição espontânea dos artistas. Em uma época onde a tecnologia promove cada vez mais a interatividade e as redes sociais, chegou a hora de nós mesmos escrevermos nossa história, independente de espaços expositivos, orçamentos milionários e publicações que apenas afirmam a limitação de suas próprias possibilidades. A partir de hoje, O Estado à Parte está com inscrições abertas e sem data limite para término. Não se trata de um “salão de excluídos”, mas de criar um panorama que seja representativo, abrangente e complexo das artes visuais em nosso Estado. Se você é artista (do Estado da Arte ou não) e acha que seu trabalho faz parte (também) desta história, participe. Este jogo é nosso.
- Regularmente os participantes do Jogo vão convidar novos artistas para integrarem esta "coleção". - Este é um projeto independente e feito sem nenhum tipo de patrocínio.
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